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Foto do escritorMarketing Conflor Jr.

Iniciativa quer plantar miniflorestas em 650 escolas públicas

A organização sem fins lucrativos formigas-de-embaúba busca apoiadores para ampliar seu trabalho

650 escolas públicas em São Paulo foram mapeadas para receber o projeto. | Foto: Divulgação

Fomentar a educação ambiental enquanto promove a restauração ecológica em escolas públicas é o que move a organização formigas-de-embaúba. Com a participação dos alunos, a iniciativa sem fins lucrativos está criando miniflorestas dentro de escolas da capital paulista.


Em parceria com o MapBiomas e o Laboratório Quapá da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, a formigas-de-embaúba levantou um dado interessante: cerca de 650 escolas da rede pública de São Paulo têm disponíveis áreas onde seria possível plantar até 500 mil árvores de Mata Atlântica.


A ideia de reflorestar uma das maiores metrópoles do planeta a partir das escolas tem como um dos objetivos naturalizar, desde a infância, o fato de que natureza e espaço urbano podem coexistir. A criação de novas áreas verdes dentro das instituições de ensino também conta com o trabalho dos alunos, que precisam colocar a mão na massa. Desta forma, aprendem na prática a importância das florestas.

Os estudantes colocam a mão na massa. | Foto: Divulgação


Além do empenho em formar crianças e jovens críticos e conscientes, o projeto integra as ações necessárias para amenizar a crise climática. “A gente já está vivendo as consequências do aquecimento global, das mudanças climáticas. É concreto, real, é atual”, afirma Rafael Ribeiro, cofundador da formigas-de-embaúba, mestrando em Antropologia da Natureza pela Universidade de São Paulo (USP), em um minidocumentário sobre o projeto.


Método de plantio

Para criar verdadeiras florestas nos quintais das escolas, os plantios aplicam a técnica do japonês Akira Miyawaki, que prevê o preparo cuidadoso do solo, seleção de uma variedade alta de espécies nativas e plantio adensado das árvores e espécies companheiras.

Os plantios aplicam o método do japonês Akira Miyawaki. | Foto: Divulgação


Entre os benefícios das miniflorestas em escolas públicas, “essas áreas verdes contribuem para melhorar a saúde das pessoas, criam corredores de biodiversidade na cidade, combatem as ilhas de calor, aumentam a infiltração de água no solo, melhoram a qualidade do ar, produzem alimentos, absorvem carbono e atraem polinizadores e avifauna”, lista a organização.


Miniflorestas em escolas

A organização formigas-de-embaúba assinou um acordo de cooperação não financeiro com a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo em 2021. Desde então, atendeu mais de 4,3 mil estudantes e mais de mil educadores e educadoras, com o plantio de cerca de 10 mil árvores de 125 espécies nativas da Mata Atlântica, grande parte delas árvores frutíferas como cambuci, uvaia, grumixama, goiaba, cabeludinha, araçá, pitanga, jabuticaba e outras.


O programa foi implementado em 11 Centros Educacionais Unificados (CEUs) nas zonas leste e sul da cidade de São Paulo: CEUs Cidade Dutra, Alvarenga, Campo Limpo, Guarapiranga, Capão Redondo, Paraisópolis, Vila do Sol, Feitiço da Vila, Tiquatira, Alto Alegre e Três Pontes.


Os CEUs são centros de educação, cultura e lazer da prefeitura de São Paulo nas periferias, abertos a toda a população do entorno. Cada CEU conta com três escolas públicas para crianças e jovens de educação infantil e ensino fundamental.

Promovendo a consciência ambiental desde a infância. | Fotos: CEU Guarapiranga / CEU Campo Limpo


Mas, ao contrário do que possa parecer, o trabalho não começa e nem termina com o plantio. Há um longo processo para fincar raízes fortes em cada local atendido. “A gente passa um ano dentro de cada CEU trabalhando o pedagógico. Tem toda uma criação do imaginário da floresta até o plantio com os alunos e alunas”, afirma Gabriela Arakaki, educadora ambiental e cofundadora da formigas-de-embaúba.

10 mil árvores já foram plantadas com os estudantes. | Foto: Divulgação

Nesse processo, cada grupo de crianças e jovens das unidades educacionais passa por um percurso pedagógico com seis vivências ao ar livre ao longo de um semestre. Os professores e professoras são preparados/as com formações para participar de toda a ação e para desenvolver seus próprios projetos com seus estudantes, relacionados aos temas do reflorestamento e das mudanças climáticas.

Crianças aprendem na prática a importância das florestas. | Fotos: CEU Guarapiranga


Não à toa, o projeto foi listado como uma das 10 soluções mais inovadoras para o desenvolvimento sustentável. Além disso, desde o início de 2022, a organização é parceira oficial da Década para Restauração de Ecossistemas da ONU (2021-2030), passou a integrar o Pacto pela Restauração da Mata Atlântica e a rede global de miniflorestas Miyawaki.


Buscando apoio

Os programas da formiga-de-embaúbas não tem custo para as prefeituras atendidas, sendo financiados por meio de doações de empresas, institutos e pessoas físicas. Utilizando tecnologia de leitura automatizada de imagens de satélite, 650 escolas, com potencial para receber os plantios, já foram mapeadas e o objetivo é realizar um levantamento em todas as quase 3 mil escolas públicas localizadas na cidade de São Paulo, em busca de áreas para miniflorestas. Para tanto, parceiros são bem-vindos.

Mais de 4,3 mil estudantes já foram atendidos. | Foto: Divulgação IDS | GT Agenda 2030

“É uma oportunidade única para as empresas implementarem suas políticas de sustentabilidade e ESG apoiando uma organização que atua com educação ambiental a partir do reflorestamento, enfrentamento à crise climática, conservação da biodiversidade, segurança alimentar e prevenção à crise hídrica”, ressalta Ribeiro.


O próximo plantio de minifloresta será realizado no CEU Paraisópolis no dia 16 de outubro, das 13h às 17h.


Fonte: https://ciclovivo.com.br/inovacao/inspiracao/iniciativa-quer-plantar-miniflorestas-em-650-escolas-publicas/


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