O geógrafo Marcos Aurélio de Araújo Gomes, professor do curso de geografia do UniFAI e diretor da APROGEO-SP (Associação Profissional dos Geógrafos do Estado de São Paulo), explica sobre o que se trata geoprocessamento e as funcionalidades de cada uma dessas tecnologias.
Geoprocessamento representa um conjunto de tecnologias capazes de coletar e tratar informações georreferenciadas, que permitam o desenvolvimento constante de novas aplicações. Neste sentido, as tecnologias que são englobadas nesta concepção, e que a cada momento fazem cada vez mais parte do nosso dia-a-dia, são o Sensoriamento Remoto (SR), o Sistema de Informação Geográfica (SIG) e o Sistema de Posicionamento Global (GPS), este último mais conhecido pela sua sigla em inglês.
O SR é a tecnologia capaz de obter imagens e outros tipos de dados através do monitoramento da superfície terrestre, através da captação e do registro da energia eletromagnética refletida ou emitida da superfície. Existem vários programas que executam atividades de processamento digital de imagens, entre eles o Sistema de Processamento de Informações Georreferenciadas (SPRING) desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), outro produto muito popular e que devido a sua gratuidade é amplamente utilizado é o Google Earth, pois permite sobrevoar o planeta através das imagens de satélite.
O SIG é erroneamente considerado um geoprocessamento. Geoprocessamento é um conceito muito mais abrangente, representando qualquer tipo de processamento de dados georreferenciados, enquanto o SIG processa dados gráficos (por exemplo, mapas) e alfanuméricos (por exemplo, tabelas) com a finalidade de desenvolver análises espaciais e modelagens da superfície. Comparativamente com o SR, existe um número bem maior de programas desenvolvidos para o SIG, como o Sistema de Análise Geo-Ambiental (SAGA), além do próprio SPRING.
O GPS é um sistema de posicionamento por satélites utilizado para a determinação da posição de um receptor na superfície terrestre. Este posicionamento é apresentado em coordenadas de longitude, latitude e altitude. Este sistema pertence aos EUA e possui inserção no mundo inteiro, mas já começa a sofrer a concorrência de sistemas similares como o europeu (GALILEO) e o russo (GLONASS).
O Brasil é um país com uma expressão fantástica no restrito mundo dos países que investem na pesquisa e desenvolvimento de produtos técnicos espaciais. A prova disso é que recentemente o nosso país, em parceria com a China, lançou em 1999 o primeiro satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS), o CBERS-1, e em 2003 o CBERS-2. O sucesso desta parceria foi tamanho que os dois países renovaram seus interesses de produzirem e lançarem mais dois satélites. As imagens de satélite coletadas pelo CBERS podem ser adquiridas gratuitamente no site do INPE.
Em janeiro de 2004, a revista britânica Nature indicou que os negócios relativos ao Geoprocessamento estão entre os três mercados emergentes mais importantes da atualidade, junto com a nanotecnologia e a biotecnologia. Atualmente, as aplicações das tecnologias em Geoprocessamento ramificaram-se para várias áreas do conhecimento, como a Geografia, a Biologia, a História, a Engenharia, a Arquitetura, os Sistemas de Informação, entre outros, atendendo as mais variadas necessidades de nossa sociedade, como o desenvolvimento de bases cartográficas, a análise de recursos naturais, a implantação de redes de infra-estrutura (abastecimento de água, esgoto, drenagem, energia elétrica, e comunicações), os estudos em planejamento urbano-ambiental, os mapeamentos em segurança-pública e atividades militares, as análises de mercados para a prospecção de produtos e serviços, a otimização e segurança para o transporte de cargas e pessoas através monitoramento de veículos, entre outras aplicações.
A cada ano que passa, as aplicações das tecnologias de Geoprocessamento tornam-se mais necessárias ao desenvolvimento das sociedades que necessitem planejar e implementar o seu desenvolvimento.
Fonte: https://florestal.revistaopinioes.com.br/revista/detalhes/8-planejamento-florestal-com-uso-de-drones/
Comments